Monarquia, Cidadania, Democracia


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O Ilusionismo Republicano

10151420_372660059539107_6165923938806426396_nAutor: Miguel Villas-Boas *

“A Verdade é apenas uma perspectiva” – evocamos o célebre pensamento do Imperador Marco Aurélio para dissertar sobre a realidade que o Estado das Coisas republicano pespegou durante um século e uns pozinhos.
Os Ministros da Propaganda republicana não foram somíticos no revisionismo histórico! E essa Verdade é aquela que se compra porque se vende!
Os portugueses foram iludidos – fizeram-lhes crer que só havia uma certeza! Parecer sem ser é a suprema conquista do ilusionista para alcançar a admiração!
Segundo o criador do positivismo Augusto Comte, “a História é uma disciplina fundamentalmente ambígua” e portanto, passível de várias interpretações.
O Revisionismo histórico é a reinterpretação da História, baseado na obscuridade e na imparcialidade com que os factos históricos podem ser descritos.
Os republicanos portugueses não se detiveram e aproveitaram a tirada de um dos seus mestres. Sim, porque a golpada que derrubou a Monarquia, em 5 de Outubro de 1910, não foi mais do que um pontapé que, meia dúzia de positivistas mal-intencionados, deram em 771 anos de História de um Reino, que apesar de ter tido alguns poucos momentos menos bons, foi grandiosa.
O Coup terrorista do 5 de Outubro apoiou-se nas bombas dos anarquistas, nos interesses dos pedreiros-livres da Maçonaria e no seu braço armado, a Carbonária. Juntos, com a complacência do “olhar convenientemente para o lado” de alguns políticos monárquicos, implantaram o novo regime republicano.
Mas o que é hoje contado é bem diferente!
Devido ao uso de instrumentos como a censura, devido a frequentemente envolver interesses políticos de pessoas que nem sempre estão dispostos a testemunhar contra si próprios, desse modo, criou-se uma doutrina em torno do assunto que torna quase impraticável o bom uso da realidade histórica para mostrar a Verdade! De resto – talvez por essa razão – apenas alguns poucos países como a França, consideram o revisionismo histórico um estudo necessário, por entenderem que os esteios da História não podem apoiar-se sobre motivos, às vezes desconexos, preenchidos com episódios alegóricos e com a inventiva dos escribas da História.
Devido a isso, o estudo do que passou pelo revisionismo histórico, mesmo em pesquisas independentes, ficou restrito apenas à explicação de factos históricos antecipadamente censurados. Mas é mais do que o momento de começar o cruzamento dos dados já conhecidos, mas que não foram considerados para fazer a Verdadeira História!

A Verdadeira Verdade do Partido Republicano Português

Longe de ser um Partido dilatado em militantes e agregador de uma vasta multidão de simpatizantes, o Partido Republicano Português era um grémio ou se preferirem um redil com uma pequena caterva de adeptos, ou seja, republicanos sem público!
A essa parca abrangência popular juntava-se a falta de organização e a incompetência do seu directório, ele próprio enredado em lutas intestinas.
O PRP não era um partido que arrastava multidões, como quer fazer crer o negacionismo histórico de quem conta a sua estória. Pode-se constatar pelos resultados das Eleições Gerais realizadas no Reino de Portugal entre 1878 e 1910 que o Partido Republicano Português não passava da insipiência, e que a sua pequena franja de admiradores se concentrava sobretudo nas zonas urbanas de Lisboa e Porto – que até não eram tão densamente povoadas como presentemente.
Podemo-nos também auxiliar do exame do dito PRP feito pelo fidedigno Eça de Queiroz em “Novos Factores da Política Portuguesa”, de 1890: «Mas ainda mesmo sem direcção, ou com uma direcção impotente porque incompetente, o Partido Republicano existe, exibe-se, fala, escreve, vota.»; e, «Foi possível porém durante muito tempo contá-los, como se diz, pelos dedos de uma só mão.»
Como se poderá verificar pela leitura dos resultados das Eleições gerais realizadas no Reino de Portugal entre 1878 e 1910, o Partido Republicano Português só alcançou os seus melhores resultados a partir do Ultimatum e da Revolução republicana brasileira, factores que concorreram para que crescesse e mesmo assim, como se verifica, não muito. Desta forma não pode ser declarado, por quem quiser ter o mínimo de probidade e honestidade na leitura da História, que a o 5 de Outubro de 1910 se tratou de um movimento popular.

Resultados das Eleições Gerais realizadas no Reino de Portugal entre 1878 e 1910:
.13 de Outubro 1878 – 148 deputados monárquicos e 1 deputado republicano
.19 de Outubro 1879 – 137 deputados monárquicos e 1 deputado republicano
.21 de agosto1881 – 148 deputados monárquicos e 1 deputado republicano
.29 de Junho 1884 – 167 deputados monárquicos e 2 deputados republicanos
.6 de Março 1887 – 157 deputados monárquicos e 3 deputados republicanos
.20 de Outubro 1889 – 157 deputados monárquicos e 2 deputados republicanos
.30 de Março 1890 – 148 deputados monárquicos e 3 deputados republicanos
.23 de Outubro 1892 – 119 deputados monárquicos e 2 deputados republicanos
.15 e 30 de Abril 1894 – 167 deputados monárquicos e 2 deputados republicanos
.17 de novembro1895 – 141 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos
.02 de Maio 1897 – 141 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos
.26 de Novembro 1899 – 142 deputados monárquicos e 3 deputados republicanos
.25 de Novembro 1900 – 145 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos
.6 de Outubro 1901 – 157 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos
.26 de Junho 1904 – 157 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos
.29 de Abril 1906 – 157 deputados monárquicos e 0 deputados republicanos
.5 de Abril 1908 – 148 deputados monárquicos e 7 deputados republicanos
.28 de Agosto 1910 – 139 deputados monárquicos e 14 deputados republicanos

Perante estes factos o que é a Verdade? A verdade é simplesmente a opinião que sobreviveu!
Vae Victis! Porque a História é feita pelo vencedor e depois, pouco mais bastou dado que “com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma”, lembrou Joseph Pulitzer.
Portanto, nunca é demais relembrar o mais popular dos poetas, António Aleixo, que tinha tiradas excepcionais de precisão, como a que se reproduz: “Esta mascarada enorme com que o mundo nos aldraba dura enquanto o povo dorme. Quando acordar acaba.”

Vamos refazer as Crónicas da História, vamos contar o Grande Passado no pouco Presente, para que o Futuro seja tão sublime como o Pretérito!
VAMOS ENGALANAR A HISTÓRIA COM A VERDADE DA MONARQUIA!

* Membro da Plataforma de Cidadania Monárquica


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MONARQUIA – A Cura Para Os Males Republicanos!

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O regímen republicano mostrou, definitivamente, ter sido superado pelas suas imperfeições naturais. Desde a sua implantação o republicanismo português tem mostrado não estar à altura das exigências do País.
Como sustentou Destouches: “Chassez le naturel, il revient au galop – Expulsai a natureza, ela volta a galope”. São escusados os esforços impostos em excesso à índole do indivíduo. Inauguraram um regímen inadequado às idiossincrasias do “Ser Português!”. Analisou o génio de Fernando Pessoa que «a revolução é só da superfície», e que «a maioria do país era monárquica (…)». De resto nas últimas eleições realizadas em Portugal, em 1910, durante a Monarquia, os partidos monárquicos obtiveram 93% dos votos expressos e Partido Republicano Português 7%.
Atulhados em querelas e sem bom senso para serenar as diferentes vontades politico-sociais, os “implantadores” não possuíram habilidade para curar a gestão financeira e reformar a administração do Estado; antes sim mergulharam o País na guerrilha, na bancarrota e na censura. Foi este o desfecho esperado e inevitável de uma aparente sacudidela de ideias. Volvidos estes anos todos, de equívoco republicano, o regime implodiu!
O regime político afastou-se dos anseios dos cidadãos!
Onde está a Democracia, se nos negam o direito à escolha, pois nunca foi dado aos Portugueses a liberdade de optar sobre que sistema de governo pretendem: república ou Monarquia?
Fernando Pessoa, monárquico convicto que sempre evitou colagens ao regime implantado, em 1910, continuou: «(…) Aqueles portugueses do futuro, para quem porventura estas páginas encerrem qualquer lição, ou contenham qualquer esclarecimento, não devem esquecer que elas foram escritas numa época da Pátria em que havia minguado a estatura nacional dos homens e falido a panaceia abstracta dos sistemas. (…) Serão, talvez e oxalá, habitantes de um período mais feliz (…) aqueles que lerem, aproveitando, estas páginas arrancadas, na mágoa de um presente infeliz, à saudade imensa de um futuro melhor. (…)», e, «(…) Os partidos políticos, em determinado país e determinada época, têm todos a mesma mentalidade, têm todos virtualmente o mesmo grau, pouco ou muito, de corrupção. (…)»
PESSOA CHEGA, ENTÃO, A CONCLUSÃO:
«O que é preciso, pois, é estabelecer uma fórmula de transição que sirva de declive natural para a MONARQUIA FUTURA, …»

É essa, também, a nossa percepção: a Restauração da Monarquia. Não se pretende um regresso ao passado, mas pretendemos que o futuro seja construído com base em concepções contemporâneas. Os pilares de uma nova Monarquia assentarão em premissas de exercício do poder real adequados à realidade em que vivemos. O regímen a concretizar terá a árdua tarefa, como na renda de bilros, de tecer a obra final: uma verdadeira méritocracia em Monarquia, um sistema de governo democrático, contemporâneo e modelar que é a Monarquia Constitucional Parlamentar.
QUEREMOS DEMOCRACIA EM MONARQUIA!

# Texto da autoria da Plataforma de Cidadania Monárquica